Sabotar é agir astutamente contra algo ou alguém. É dificultar ou prejudicar uma atividade. É o ato de destruir aquilo que seria bom, interromper, impedir de ser bem sucedido.
Imagine alguém que realiza uma dieta sofrida, está prestes a alcançar seu objetivo, mas numa noite levanta-se silenciosamente, devagarinho vai até a geladeira, e em alguns minutos destrói semanas de sacrifício. Quem o impeliu?
O estudante está quase ao final do curso, e de repente é tomado por um desejo de abandonar tudo, mas ele próprio não sabe explicar exatamente porquê. Quem o está convencendo?
O que move um jovem apaixonado, e que estava indo bem nas suas investidas, abruptamente romper seu relacionamento para iniciar com outra pessoa? E mais à frente fazer o mesmo com esta? Ignorando o que acontece dentro de si, ele se “vitimiza”, imaginando que essas coisas acontecem porque não é compreendido.
Qualquer indivíduo com um mínimo de consciência sabe que precisa fazer exercícios físicos, e talvez até sinta vontade de frequentar a academia ou andar diariamente, mas uma força o convencerá a se esparramar diariamente no sofá com um controle remoto na mão.
Outros são conhecedores dos males dos conservantes, corantes e gorduras trans, mas continuarão comendo hambúrgueres, tomando refrigerantes e comidas de origem duvidosa.
O sabotador de cada um de nós se recusa a ser integrado à consciência, pois seu grande desejo é ser autônomo. Ele é o nosso “piloto automático”. Quanto mais vivemos no “automático”, sem consciência, mais chance temos de nos perder. Não impedir esse sabotador agir é estar suscetível a machucar quem não desejamos fazê-lo, a provocar intrigas, fraturas nos relacionamentos e fragmentação no ser interior. Almejamos o bem, buscamos o bem, mas nos surpreendemos como destruímos com facilidade as coisas boas da vida que Deus nos concede.
Agora é fácil entender o poeta quando ele diz que...
"Uma parte de mim é multidão; outra parte estranheza e solidão. Uma parte de mim pesa, pondera; outra parte delira."
Me adiantando..., um olhar mais atento perceberá que nem o 'exorcismo' resolve rs, pois esse agente de ação destruidora é parte integrante de nós, e até o fim de nossas vidas teremos de lidar com ele. Podemos aprender a lidar mas jamais eliminá-lo.
Reconhecer o sabotador que existe dentro de nós é preciso, nominá-lo é necessário, perceber sua presença, sua fala, seus gestos. Uma das armas mais letais contra ele se chama reconhecimento. Reconhecer-se imperfeito, insensível, indomável, fraco, é o inicio de uma transformação.
A pior doença é aquela escamoteada e vivida em segredo.
Reconhecer que há em mim um ser fragmentado cheio de desarmonia que ocupa o intervalo entre o que “eu sou” e o que eu “quero ser” (Daniel Rocha).
Inclinar-se para as tendências do meu ser despedaçado, e permitir que ele tenha domínio sobre mim, ou com a ajuda de Deus autocriticar-me e adotar uma postura diferente?
A duplicidade traz temor, ansiedade e escravidão, mas a pureza de coração sempre deseja uma só coisa (Kierkegaard).
“Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir,pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto” (Rm 7.15)
Para pensar!
Profundo isso...
ResponderExcluirE todos nós nos sabotamos nas mais diversas situações. Infelizmente. Como diz a palavra: quem está em pé que cuide para que não caia...
Um beijooo tb estou com saudades. Prometo tirar um dia (exagero), digo uma tarde, ou algumas horas para conversar com vc, ok linda? Beijos no coração.