segunda-feira, 29 de novembro de 2010

"As pessoas que raciocinam mais, ouvem muito mais do que falam." (...)


(...) disse um psiquiatra forense.

Muitas vezes somos acometidos pela tendência de falar sem pensar e de forma irrefletida.
Deus, em sua infinita sabedoria, nos fez possuidores de uma só boca e dois ouvidos, querendo com isso que utilizássemos em dobro nossa capacidade de ouvir e nos habituássemos à contenção de palavras inúteis, fúteis e julgamentos impróprios.
Macacos emitem mais sons do que ouvem, isso se deve a capacidade de pensar menos evoluída. É complicado isso, mas realmente tem gente que fala demais.

Psicólogos explicam que quem fala demais fala também porque sente prazer nisso, a fofoca dá à pessoa ‘fofoqueira’ a sensação de que ela é alguém importante no meio daquele grupo só pelo simples fato de estar passando uma informação que ninguém mais tem, ou pelo simples fato de falar demais. Subjulga-se sinônimo de popularidade, entrosamento e etc ....mas muitas vezes não passa de um vazio que dá espaço a eloquência.

A vontade de ‘aceitação’ e de externar essa sensação é tanta que a pessoa perde a noção do que diz, inventa e/ou aumenta em relação à ‘notícia’ que está transmitindo a terceiros, torna-se chata...cansativa. Geralmente esse tipo de pessoa fala de assuntos alheios justamente por achar que não tem nada interessante a dizer a respeito de si mesma.

Que levante a mão quem já foi alvo de fofoca. Bem, então bem vindos ao clube!

O ouvir enriquece, o falar transmite. Pena que muitas pessoas só transmitam seus contos de viagens, prazeres, desfrutes.... deixando de lado assuntos que prendem e enriquecem. Por que? Porque não os tem!
Wendell Johnson, grande teórico da comunicação, escreveu: “Nossa vida seria mais longa e rica se despendêssemos a maior parte dela na tranqüilidade silenciosa do ouvir pensativamente”. O observador aprende muito mais sobre vida do que o falador.

Às vezes faço essa cara de quem está ‘ouvindo pensativamente’, por estar ouvindo e processando a informação, pensando, observando.
O ser humano é inquieto por natureza, e daquilo que chega a ser dito para nós a maioria passa despercebido e não ouvido.Temos, ainda, que aprender a usar as maravilhas do falar e do ouvir em nosso próprio e melhor interesse e para o bem de nossos semelhantes.

Essa é, também, a mais extraordinária das artes a ser dominada pelo homem. Fale o necessário!
Falar o necessário e aprender a ouvir!
Falar o suficiente pra não ser cansativo!
Ouvir o bastante pra ser interessante!
E quando não há nada de edificante a falar.... ficar quieto!

Ouvir é renunciar!

É a mais alta forma de altruísmo em tudo quanto essa palavra traduz a atenção ao próximo. Talvez por essa razão a maioria das pessoas ouça tão mal, ou simplesmente não ouça, e ainda cutucam os que sabem observar.

Vivemos imersos em cogitações pessoais e é raro conseguirmos passar algum tempo sem pensar em nós mesmos. Reflita sobre o ensinamento de Albert Schweiser que diz que “o verdadeiro valor de um homem não pode ser encontrado nele mesmo, mas nas cores e texturas que faz surgir nos outros....”.

As pessoas mais inteligentes que conheci, falam pouco.
Para falar bem não basta uma boca. Saber ouvir leva tempo, prática e paciência.
É uma arte que mantém vivos o respeito, a afeição, a amizade, o sentimento de confiança que o outro deposita em nós.
E quando for falar, pense bem no que vai dizer, se o que vai dizer é verdade, se é sobre você ou se é assunto a toa...

Não tem nada interessante pra falar?
Chupe uma bala...