"É mais nobre ser injustiçado do que cometer uma injustiça"?

Hoje em dia, onde a injustiça se mostra de forma latente, será que Platão estaria correto ao afirmar que: “é mais nobre ser injustiçado do que cometer uma injustiça”?

Na minha opinião, depende. A consciência  -ou falta dela- determina isso. Não sou e nem pretendo ser uma pessoa sem erros, mas a sensação mais incômoda que eu posso sentir é a de cometer injustiça. Sabe aquele aperto no peito, uma inquietação? Das coisas mais bobas às coisas mais complexas. Mas... E quando você é injustiçado, ludibriado, desmentido? Será que não vale a pena pagar na mesma moeda? A minha consciência diz que não!
Querer justiça é o normal, seja esta humana, seja divina. Porém, se você comete injustiça com a desculpa de estar dando o 'troco', você chama essa justiça - seja humana ou divina- para você. E aí as coisas se equivalem, e a sujeira não pode falar da imundícia.
Eu defendo uma resistência não-violenta, que não significa passividade mórbida ou submissão covarde, mas sim atitude alternativa de contestação justa, dura sim, mas sem recorrer a pequenez de uma injustiça, sem se equivaler a origem suja de tudo.
Creio que esse tipo de pensamento vai muito além de um dogma teológico ou religioso. A dinâmica do pensamento vem da personalidade, dos valores cultivados desde a primeira idade, da forma como você se adaptou ao mundo e às pessoas ao longo da vida. Por isso que, essa linha de pensamento ou qualquer linha de pensamento, não se é cobrada, se é lapidada desde sempre. Creio também na porção de Deus que cada um interioriza, chame Deus, ou força maior, ou energia positiva, a questão é entender que algo maior compromete o fluir da consciência, consequentemente, as atitudes. O conjunto de tudo isso eu chamo de essência!
Então, na minha tamanha ignorância, na minha insignificância intelectual frente a grandiosidade que é Platão, eu escreveria levando em consideração a maior dor do ser humano que é a da alma: "É menos penoso ser injustiçado do que cometer uma injustiça."


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