quarta-feira, 7 de abril de 2010

Insight


Frente às discussões, preocupações, medos e ansiedades vividas por todos nós, eu escreveria no espelho do meu quarto uma determinada descrição feita por Eugene A. Cernan, astronauta das missões lunares Gemini e Apollo, e a última pessoa a caminhar na Lua. Escreveria em letras maiúsculas para não me esquecer:

Quando se está na órbita da Terra, ao olhar para baixo, vêem-se lagos, rios, penínsulas... . Voa-se rapidamente sobre mudanças de topografia, como montanhas cobertas de neve, desertos, ou cinturões tropicais - tudo muito visível. Passe-se por um nascer e um pôr-do-sol a cada 90 minutos. Ao sair da órbita terrestre, ... enxerga-se de um pólo ao outro e de um oceano para outro sem sequer virar a cabeça. ... Literalmente vê-se a América do Norte e a América do Sul dobrando a esquina, enquanto a Terra gira em torno de um eixo visível, e então, milagrosamente, vê-se a Austrália, depois a Ásia e, a seguir, as Américas vêm substituí-las. ... Começa-se a perceber como é pequena a nossa compreensão do tempo. ... Perguntamos a nós mesmos: onde estou, no espaço e no tempo? Vemos o sol se pôr na América e tornar a nascer na Austrália. Olhamos "para casa" ... e não vemos as barreiras de cor, religião e política que dividem este mundo. 

(Eugene Cernan, citado em Frank White, The Overview Effect: Space Exploration and Human Evolution, Boston, Houghton Mifflin Co., 1986, pg. 206-7).

Nenhum comentário:

Postar um comentário