segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Compaixão



Terremoto de magnitude 7,0 na escala Richter.
O País mais pobre da América Latina.
Terça-feira, 12 de Janeiro de 2010.
19h 50 min.
Milhares de mortos.
O hospital mais perto da capital desmoronou.


"Tudo começou a sacudir, as pessoas estavam gritando, as casas começaram a cair [...] é o caos total. Vi pessoas sob os escombros, e pessoas mortas", disse um repórter da agência Reuters.


Essas notícias inundaram a mídia nessa última semana. Fotos e vídeos só mostram o desespero de algo que não se pode mudar.
Assistindo a um desses vídeos e olhando algumas dessas fotos, o que mais me chamou a atenção foram aqueles olhos de desespero, dor e revolta. Haiti. Crianças machucadas, quando não mortas. Fome. MEDO. Desamparo. Isso mexe de forma absurda com o nosso emocional. Como me senti estúpida nessa hora.


Com uma lágrima descendo pelo rosto, como são felizes aqueles que levam consigo uma parte das dores do mundo. Durante a longa caminhada, eles saberão mais coisas sobre a felicidade do que aqueles que a evitam. Algo parecido com isso foi dito por Jesus há aproximadamente 1970 anos atrás.


A existência terrena se assemelha a uma viagem. Quanto tempo ela durará, só Deus sabe!  Da mesma forma que bela, breve é a vida. O embarque é o nascimento e o desembarque é a eternidade.
O corpo físico se assemelha a uma gaiola, e a alma, a uma ave que nela habita.
A gaiola é efêmera.
A ave é eterna.
Estarão nossas asas suficientemente fortes? Suficientemente limpas?
Cuidar das asas significa cuidar do espírito. Cuidar do espírito significa cuidar dos valores que dão rumo a nossa caminhada. Alimentar significações que enchem de sentido nossas vidas.
Amar os homens é amar a Deus.
Engraçado em como se preocupam demais com os direitos humanos, mas acabam se esquecendo dos deveres humanos. O dever de ser solidário, de compartilhar não só os bens, mas os dons... Esses tão preciosos. O dom do amor, da palavra que conforta, da poesia que remete a análise de consciência, do abraço que conforta, do humor que te alivia, do olhar que passa segurança, do sorriso que enche o coração de quem o recebe. O dever de ampliar nosso campo de visão e não enxergar somente nossa família biológica, mas a inteira família humana.
Afinal, o único objetivo de estarmos aqui nesse mundo material é adentrarmos no mundo da realidade.




Existe a matéria...





Existe o espírito...



O mundo sofre aflições, a alma é lapidada, o espírito é recolhido.
Misericórdia é meu único pedido a Deus.
E quero deixar aqui uma música da cantora irlandesa Enya. Música que fala da espera, da procura, daquilo que se completa e confere sentido. Dedicando àqueles amados que não estão mais nesse mundo material, àqueles que morreram nessa e nas outras tragédias, àqueles que precisam de um assopro em seus machucados... Machucados do corpo, machucados da alma...


If I Could Be Where You Are


Where are you this moment?


only in my dreams.
You're missing, but you're always
a heartbeat from me.
I'm lost now without you,
I don't know where you are.
I keep watching, I keep hoping,
but time keeps us apart
Is there a way I can find you,
is there a sign I should know,
is there a road I could follow
to bring you back home?


Winter lies before me
now you're so far away.
In the darkness of my dreaming
the light of you will stay
If I could be close beside you
If I could be where you are
If I could reach out and touch you
and bring you back home
Is there a way I can find you
Is there a sign I should know
Is there a road I could follow
to bring you back home to me

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