segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Tolerância: Até que ponto é virtude?


Na sociedade moderna, a tolerância transformou-se na maior de todas as virtudes. Aceita-se tudo, não se critica nada. O mais preocupante não é a capacidade de compaixão e paciência que a tolerância produz em nós, mas a ausência, cada vez maior, de valores e princípios absolutos que nos ajudam a separar o justo do injusto, o certo do errado.
Gilles Lipovetsky, um sociólogo francês, em seu livro "A sociedade Pós-moralista", descreve que a tolerância na cultura moderna adquire maior fundamentação social não tanto pelo fortalecimento da compreensão dos deveres de cada um perante o próximo, mas em razão de uma nova dimensão cultural que rejeita os grandes projetos coletivos, orientando cada vez mais os indivíduos rumo à sua própria meta de realização pessoal. Ou seja, a ausência de uma consciência coletiva, a rejeição a qualquer verdade que seja absoluta e busca pela realização pessoal geram uma forma perigosa de tolerância.

"Corar de vergonha" é uma virtude que falta na experiência espiritual e moral moderna, a virtude de olhar para o pecado (erro) que habita em nós, a mentira e o engano que residem nos porões da alma, a injustiça que se alimenta de egoísmo, a malícia que desperta os desejos mais mesquinhos, a arrogância disfarçada, e se entristecer.

Infelizmente vejo que, quando a gente começa a deduzir que com o passar do tempo a sociedade se torna mais inteligente e compreensiva...deparo-me com a realidade de que os valores básicos e vitais de um ser humano estão se acabando ao ponto de chamar tal atitude de "tolerância social".

Onde está o amor? Onde está o maior mandamento?
"Ame o teu Deus de todo coração" e "Ame o teu próximo como a ti mesmo". Ora...não se ama a Deus se não amar o próximo....o segundo é consequência imediata do primeiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário